domingo, 7 de abril de 2013

A música na liturgia

 
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“Cantai ao Senhor um cântico novo. Aclamai ao Senhor, terra inteira gritai e exultai  cantando hinos. Cantai ao Senhor com a harpa, com a harpa e com o som dos instrumentos; com a trombeta e ao som da corneta exultai diante do rei, o Senhor”
 
 
 
O canto na missa tem a função de nos ajudar a rezar e não para nos distrair ou preencher tempo. Deve conduzir a assembléia ao silêncio orante, proporcionar a experiência de Deus. A música evoca algo que transcende o ser humano, portanto na liturgia a sua função é de auxiliar a assembléia no contato com o sagrado manifestando o nosso louvor e gratidão a Deus. Existem cantos próprios que são cantados na liturgia , chamados Cantos litúrgicos.
Na celebração litúrgica a música é utilizada em vários momentos.
 
Canto de entrada: a função do canto de entrada é chamar à união dos corações pelas fusões das vozes congregando toda a assembléia e a introduzindo no mistério a ser celebrado. Este deve ser um canto de procissão do celebrante até o altar, que estimule a assembléia a participar da celebração com alegria . Por isso, o canto deverá estar em consonância com o ano litúrgico, o tipo de celebração e as características da assembléia.
 
Ato penitencial: Este canto deve nos levar a experimentar a necessidade do perdão mútuo na presença de Deus, rico em misericórdia. O "Senhor tem piedade de nós" da liturgia faz desabrochar no coração a súplica do pecador que se arrepende e sente amado e perdoado pela misericórdia infinita de Deus; que avalia seu caminho de santidade como dom de Deus e como milagre da graça. Deus convida o cristão a vencer sua autossuficiência que por vezes paralisa e esvazia a força da missão evangelizadora a ele confiada. Por isso, esse canto deve ser breve e deve conter a fórmula Senhor tende piedade de nós! Cristo tende piedade de nós!
 
Glória: O Glória é um canto de cárater cristólogico e pascal. A nota dominante é o júbilo e o louvor, confiante e alegre. Deve-se estar atento a este fato no momento da escolha dos cânticos para o momento do glória, portanto, não pode ser substituído por um simples canto. O ideal seria cantar o próprio texto, tal como foi transmitido desde a Antiguidade. Pelo fato do glória ser um hino festivo é próprio para ser cantando em tempo de Páscoa, Natal em festas e solenidades da Igreja. Não será executados nos tempos da Quaresma e Adventos, por serem estes considerados penitenciais.
 
Salmo: O Salmo ocupa um espaço bastante significativo na Liturgia cristã. O Salmo responsorial é uma resposta à primeira leitura em dois sentidos:
  • Porque o povo responde com um refrão aos versos cantados pelo salmista;
  • Porque o Salmo é escolhido de acordo com a primeira leitura e de uma certa forma a ecoa.
Os salmos na celebração participam da função memorial de toda a liturgia, por isso, devem ser cantados e ouvidos prestando-se atenção à letra e à música, e relacionando-se com as leituras ouvidas, com a vida pessoal e social, sempre direcionados e tendo como ponto de referência Jesus Cristo.
 
Aclamação ao Evangelho: O Evangelho é uma declaração de amor que Jesus, a cada domingo, prepara para a comunidade. Por isso o canto da aclamação ao Evangelho deve ser cantado com alegria e entusiasmo, cantado o ALELUIA com entonação, e as estrofes são frases tiradas do evangelho a ser proclamado. Da mesma forma que o glória na quaresma não se canta o Aleluia.
 
Canto para apresentação das oferendas: O canto da apresentação das oferendas deve ser um canto simples e meditativo. O canto escolhido não precisa necessiariamente falar de oferendas, pois ainda não é o ofertório mas só as apresentação das ofertas. O canto da apresentação das oferendas acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que tenham sido postas sobre o altar.
 
Santo: Este é um dos cantos mais importantes da missa, pois exalta a santidade de nosso Deus e a vinda gloriosa do Messias  e convida a comunidade a unir ao eterno louvor do coro dos anjos e santos. Não deve ser substituido por outro canto, ele deve sonter a formula que o Missal Romano nos apresenta: SANTO, SANTO, SANTO SENHOR DEUS DO UNIVERSO, O CÉU E A TERRA PROCLAMAM A VOSSA GLÓRIA, HOSANA NAS ALTURAS! BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR, HOSANA NAS ALTURAS!

Amém - Vem após a doxologia que só é rezada pelo celebrante (muitas pessoas acham, erradamente, que é bonito rezar com o padre!) e deve ser bastante animado ao som de todos os instrumentos, cantado por toda a assembléia. Infelizmente, hoje se canta e se vibra pouco por falta de compreensão do sentido profundo desse momento ritual. As palavras da doxologia devem ressoar qual grito jubiloso e exultante, como inteira adesão a Cristo para o Pai. Pode-se dizer que este AMÉM se vai, desde agora, antecipadamente, treinando para o eterno e celestial louvor, o Aleluia pascal da vida futura, da Liturgia perfeita, do canto eterno que os remidos pelo sangue do Cordeiro cantarão a Deus sem cessar juntos dos anjos.

Cordeiro de Deus- Se estiver de acordo com a aprovação do celebrante, o Cordeiro de Deus pode ser cantado como um fundo suave de reverência e respeito. Lembre-se que este canto não faz parte do canto do Abraço de Paz e deve ser executado a partir do canto Cordeiro de Deus, já nos preparando para a comunhão.

Canto de comunhão- Este canto deve ser cantado por toda comunidade, seria melhor que a sua letra contesse frases do evangelho proclamado, como nos mostra o Hinário Litúrgico, pois assim a assembléia comunga o corpo de Cristo relembrando o que foi lido no evangelho.

Canto final: A finalidade desde canto é de despersar, despedir, de enviar em missão para o mundo afora. Ao final de cada missa, quando o presidente despede a assembléia todos devem se sentir enviados como "missionários" para difundir em todos os ambientes o grande dom recebido. É um canto que acompanha o rito de saída do presidente da celebração. Geralmente, no canto final, podemos cantar um canto de Nossa Senhora, quando for em tempos oportunos e em festas próprias.
 



AGif escolha dos cantos na liturgia:

Uma das maiores preocupações da Igreja é exatamente a participação do povo na celebração litúrgica: deseja ardentemente a Mãe Igreja que todos os fiéis sejam levados a ativa participação  na celebração litúrgica que a própria natureza litúrgica exige. O canto é um canal que leva a assembléia a se envolver e participar de forma mais ativa, o canto consegue tocar a alma. Por isso uma das tarefas mais dificeis para o agente da Pastoral litúrgica é a escolha de cantos adequados que atendam os requisitos da ação litúrgica. Todo canto deve possuir as seguintes características:

 
a. Santidade, beleza, delicadeza de formas e universalidade;
b. Ligação estreita com a Sagrada liturgia, onde os textos vão buscar sua inspiração;
c. Sensibilidade e expressão que se comunique realmente e toque o coração da comunidade, atendendo à índole psicológica de cada povo e sua linguagem.
d. Texto dotado de mensagem catequética, evangelizadora e missionária;
e. Simplicidade e naturalidade que torne fácil o aprendizado e execução;
f. Adaptação às diversas assembléias, levando em consideração as idades, cultura e circunstância; 
g. O tempo litúrgico e suas festas, tendo por critério o desenrolar do ano litúrgico;
h. Adequação às diversas partes da Missa;
i. Fundamentação bíblica e doutrinária.
 
 
 
 
GifO que nos diz o Diretório da missa com crianças sobre a música na liturgia:
 
Como a criança tem especial predileção pelo canto, este deve ser fomentado e bem usado. Importante e esclarecedor é o nr. 31: “Para facilitar a participação das crianças no canto do “Glória”, “Creio”, “Santo” e “Cordeiro de Deus”, é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico.” Tenha-se, porém, o cuidado para que o canto não distraia, mas as ajude a rezar e vivenciar cada momento celebrativo. Os instrumentos musicais são de grande utilidade para acompanhar e sustentar o canto, ainda mais se forem tocados pelas próprias crianças, sempre com o cuidado para que não abafem o canto, a voz.











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