Em várias lugares vemos o esforço de sacerdotes, catequistas, catequizandos, agentes de pastoral litúrgicas em implantarem em suas comunidades a missa com crianças. Sem dúvida nenhuma este é um grande desafio: adequar a celebração litúrgica a este público que é tão especial ao coração de Deus .
Pensando neste desafio e na necessidade de adequar as normas litúrgicas a este público temos em nossas mãos o Diretório da missa com crianças. O Diretório já existe há três décadas, mas ainda é pouco conhecido. Ao longo desse tempo, vemos experiências que derem certo, outras exageradas, outras que caíram no desânimo. Tudo o que fazemos hoje em nossas comunidades está dentro deste contexto, faz parte de uma história que nos precede e nos envolve.
Contexto:
A década de 60 foi a grande década que deu inicio à promoção de uma nova mentalidade que revolucionária todos os segmentos da sociedade. E a Igreja foi uma prova viva disso. O sopro restaurador da novidade permanente do Evangelho da salvação veio com o Concíclio Vaticano II. O Espírito Santo, através do Papa João XXIII, convocou toda Igreja para uma renovação. O Concílio não inventou nada, mas redescobriu o que era essencial, escondido por trás que pequenas tradições que confundiram a Tradição. Simplificou sem empobrecer, mas colocando bem às claras o que é fundamental. Dentro deste novo modo de ver o mundo, a Igreja se reúne para o Concílio e não se faz alheia ao mundo. Cumpriu seu papel como Sacramento de Salvação para o homem de hoje.
A Eucaristia foi ponto central. E dentro dela alguns fenômenos:
1. Eucaristia celebrada nas casas (O Movimento Familiar Cristão se reunia nas casas num momento bonito de evangelização que culminava com a celebração eucarística).
2. Celebração eucarística ligada às reuniões dos jovens e da catequese que também culminavam com a celebração da Missa (daí vem os termos “Missa das Crianças”, ”Missa dos Jovens”). O que impressionava era o dinamismo e vivacidade da celebração, a princípio sem extravagâncias, mas simplesmente mais adaptada assembleia. A estrutura da Missa era “normal” só a forma externa a fazia parecer diferente. Era preciso que o sacerdote com bem senso litúrgico fosse o ponto de equilíbrio.
É nesse contexto, que a Liturgia da Missa com Crianças, usando conhecimentos fins, como a Psicologia e a Pedagogia, que caminhamos para uma celebração mais virtuosa e mistagógica. A oração é quem diz a fé da comunidade. É a partir do que a Igreja reza e celebra que se conhecerá e se desenvolverá a sua fé.
Chama a atenção que quem vai falar da Eucaristia é a própria Eucaristia. A própria celebração é a fonte da sua compreensão. Não é preciso inventar coisas de fora para dentro, correndo o gravíssimo perigo de inventar um “show” que precisa ser sempre diferente e acabar perdendo o foco do esssencial.
No Concílio Vaticano II a adaptação se refere aos mais diversos setores pastorais e, entre eles, a participação ativa de todos, inclusive das crianças, dentro das suas possibilidadades. Começou a florescer toda uma literatura sobre o tema (as preces eucarísticas, específicas o diretório, outras adaptações...).Requer preparação pedagógica, criatividade e amor. A experiência religiosa na infância é de extrema importância. Esse é um motivo suficiente para revelar a importância do nosso trabalho.
O Diretório surge como uma resposta ao anseio da Igreja de conhecer mais sobre o tema. Não veio “de cima para baixo”, mas a partir de experiências concretas recolhidas de verias partes e bem refletidas para se retirar os exageros.Percebe-se que se deseja com todas essas experiência surgem orações mais acessíveis e um novo lecionário. Em 1966, foi feita uma quarta redação levada a Paulo VI que fez por escrito suas reflexões e, em 1973, o Documento final foi publicado.
O Diretório Para Missa com Crianças
O Diretório se desenvolve em três capítulos:
- Como iniciar as crianças na existência cristã e prepará-las para a Eucaristia?
- Como acolher as crianças nas celebrações com adultos?
- Como conduzir a celebração quando a Missa tem na maioria crianças?
Desde o início do texto, um embasamento da Psicologia garante que a criança é capaz de participar por envolvimento do mundo dos adultos.Progressivamente seu desejo de compreender e participar de uma maneira mais completa. Daí vale ressaltar a atitude da família, insubstituível na transmissão da fé e do espírito celebrativo. Não são necessárias grandes explicações sobre o mistério que se celebra, mas sim grande acolhida e envolvimento.
Mais do que suscitar uma prática religiosa regular nosso objetivo deve ser que a Eucaristia seja o centro das nossas vidas. Criar uma comunicação lúdica e orante e sair da mentalidade “escolar” devem ser metas da Liturgia e da Catequese, que estão intimamente unidas. A fonte da Catequese é a Liturgia, que celebra o conteúdo da fé. E é na Catequese que se aprende a celebrar.
É preciso criar condições para que a criança viva a sua fé. Como dissemos, a começar pelos pais, depois o celebrante, os catequistas, a comunidade. Alguns pontos se fazem notar: iniciar a criança no valor do silêncio não como hiato vazio, mas como momento precioso para acolher a palavra de vida; introduzir a criança no canto; valorizar a celebração da Palavra.
Por outro lado, o Diretório enfatiza também que a Catequese precisa ter também uma dimensão humana: aprender valores, saber conviver com os outros, agradecer, pedir perdão.... atitudes que também são exercitadas na celebração.
Nas celebrações com adultos a criança não deve ficar em “quarentena”, pois ela tem o direito de ser introduzida na vida litúrgica da comunidade. Sua participação requer uma atenção especial.
Na terceira parte do Diretório, vê-se que não se trata de ocupar as crianças durante a Missa para que não se distraiam, mas sim de ajudá-las a celebrar e viver a fé. O padre deve evitar um discurso muito pueril, mas também muito rebuscado. Quanto aos adultos presentes, eles estão ali para rezar junto com as crianças e não para fiscalizá-las. Celebrar com as crianças é ir com elas ao encontro do Senhor que se nos reúne, nos revela, se nos oferta e se nos dá na Sagrada Comunhão.
O Diretório se mostra em alguns aspectos reservado e em outros, aberto. Não podemos nos esquecer de que celebramos o maior acontecimento da nossa fé: não é mera lembrança, é atuação na vida presente de cada um de nós. Cada um acolherá esse mistério dentro de suas possibilidades. Assim, toda a preparação deve girar em torno disso. A música vocal e instrumental bem preparada e adaptada é de grande importância: a melodia não deve se sobrepor à letra, nem os instrumentos à voz, nem o coral à assembléia. Não basta assistir, é preciso participar, ou seja, fazer parte.
O uso de imagens e símbolos visuais é também ponto de destaque, que precisam ser usados. Que nada se imponha, mas que esteja a serviço do essencial. O espaço também contribui para a melhor participação.
Pode-se dizer que a Igreja nunca se interessou tanto na integração das crianças na Liturgia. É preciso prepará-las, iniciá-las. Todas as comunidades se ocupam sobre esse tema. Adaptação, porém, não significa improvisação: minha criatividade deve estar subordinada ao meu bom conhecimento das orientações da Igreja. A Missa é uma só, mas terá uma preparação especial voltada para o público infantil, sem reduzir a celebração somente à elas. Caso contrário, será uma celebração tão infantil que, depois de passar de determinada faixa etária, não mais se interessará por ela.
O importante agora, é unirmos nossa experiência valiosa de dedicação de todos para nos integrarmos mais e nos sentimos membros participantes desse processo histórico, trazendo como originalidade a consciência do que deu certo ou não e a novidade de fazer viver o projeto, o intento do Diretório com as crianças de hoje da nossa comunidade, de tal maneira que elas se sintam bem na celebração e possam viver e rezar sua fé.
- Como iniciar as crianças na existência cristã e prepará-las para a Eucaristia?
- Como acolher as crianças nas celebrações com adultos?
- Como conduzir a celebração quando a Missa tem na maioria crianças?
Desde o início do texto, um embasamento da Psicologia garante que a criança é capaz de participar por envolvimento do mundo dos adultos.Progressivamente seu desejo de compreender e participar de uma maneira mais completa. Daí vale ressaltar a atitude da família, insubstituível na transmissão da fé e do espírito celebrativo. Não são necessárias grandes explicações sobre o mistério que se celebra, mas sim grande acolhida e envolvimento.
Mais do que suscitar uma prática religiosa regular nosso objetivo deve ser que a Eucaristia seja o centro das nossas vidas. Criar uma comunicação lúdica e orante e sair da mentalidade “escolar” devem ser metas da Liturgia e da Catequese, que estão intimamente unidas. A fonte da Catequese é a Liturgia, que celebra o conteúdo da fé. E é na Catequese que se aprende a celebrar.
É preciso criar condições para que a criança viva a sua fé. Como dissemos, a começar pelos pais, depois o celebrante, os catequistas, a comunidade. Alguns pontos se fazem notar: iniciar a criança no valor do silêncio não como hiato vazio, mas como momento precioso para acolher a palavra de vida; introduzir a criança no canto; valorizar a celebração da Palavra.
Por outro lado, o Diretório enfatiza também que a Catequese precisa ter também uma dimensão humana: aprender valores, saber conviver com os outros, agradecer, pedir perdão.... atitudes que também são exercitadas na celebração.
Nas celebrações com adultos a criança não deve ficar em “quarentena”, pois ela tem o direito de ser introduzida na vida litúrgica da comunidade. Sua participação requer uma atenção especial.
Na terceira parte do Diretório, vê-se que não se trata de ocupar as crianças durante a Missa para que não se distraiam, mas sim de ajudá-las a celebrar e viver a fé. O padre deve evitar um discurso muito pueril, mas também muito rebuscado. Quanto aos adultos presentes, eles estão ali para rezar junto com as crianças e não para fiscalizá-las. Celebrar com as crianças é ir com elas ao encontro do Senhor que se nos reúne, nos revela, se nos oferta e se nos dá na Sagrada Comunhão.
O Diretório se mostra em alguns aspectos reservado e em outros, aberto. Não podemos nos esquecer de que celebramos o maior acontecimento da nossa fé: não é mera lembrança, é atuação na vida presente de cada um de nós. Cada um acolherá esse mistério dentro de suas possibilidades. Assim, toda a preparação deve girar em torno disso. A música vocal e instrumental bem preparada e adaptada é de grande importância: a melodia não deve se sobrepor à letra, nem os instrumentos à voz, nem o coral à assembléia. Não basta assistir, é preciso participar, ou seja, fazer parte.
O uso de imagens e símbolos visuais é também ponto de destaque, que precisam ser usados. Que nada se imponha, mas que esteja a serviço do essencial. O espaço também contribui para a melhor participação.
Pode-se dizer que a Igreja nunca se interessou tanto na integração das crianças na Liturgia. É preciso prepará-las, iniciá-las. Todas as comunidades se ocupam sobre esse tema. Adaptação, porém, não significa improvisação: minha criatividade deve estar subordinada ao meu bom conhecimento das orientações da Igreja. A Missa é uma só, mas terá uma preparação especial voltada para o público infantil, sem reduzir a celebração somente à elas. Caso contrário, será uma celebração tão infantil que, depois de passar de determinada faixa etária, não mais se interessará por ela.
O importante agora, é unirmos nossa experiência valiosa de dedicação de todos para nos integrarmos mais e nos sentimos membros participantes desse processo histórico, trazendo como originalidade a consciência do que deu certo ou não e a novidade de fazer viver o projeto, o intento do Diretório com as crianças de hoje da nossa comunidade, de tal maneira que elas se sintam bem na celebração e possam viver e rezar sua fé.
(Texto baseado na palestra do Cônego Antônio José de Moraes sobre o Diretório da missa com crianças)
Diretório da missa com crianças
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