O ser humano gosta de celebrações: celebramos aniversários, casamentos, formaturas, vitórias conquistadas etc. Tudo isso acontece também, espontaneamente, no campo da fé, para comunicar com Deus que se revela ao homem.
Desde o Antigo Testamento, as Sagradas Escrituras no mostram, que o povo judeu celebrava ricamente a liturgia: Deus estabeleceu uma Aliança com seu povo e o povo respondia então a Deus com um culto de louvor e adoração, de maneira rica e criteriosa. Assim o povo vai ao Templo, que Jesus tanto valorizou, à sinagoga, e mesmo em família, para orar e ouvir sua Palavra, e celebrar o seu Deus, o qual escolheu Israel como sua esposa.
Hoje também o povo de Deus caminha em direção à igreja e se reúne para celebrar o Dia do Senhor, que se torna também o dia da comunidade celebrante da perene Aliança de amor e de fé estabelecida com o Pai em Jesus Cristo.
Podemos então dizer que a Liturgia, em todos os tempos, é o culto público que o povo presta a Deus. È um diálogo entre o povo e Deus. O povo celebra os mistérios de Deus. Deus se revela e entrega como dom ao povo, e este acolhendo o dom de Deus, responde a Deus com louvor, e canta suas maravilhas.
A Liturgia é o culto sagrado que os antigos levitas ofereciam a Deus e hoje é prestado pelo próprio Cristo, que se faz sacerdote e vítima da nova Aliança, estendido até os nossos dias pela celebração da Eucaristia, que unindo o nosso sacrifício ao de Cristo nos faz também “hóstias vivas”. A liturgia católica, instituída por Jesus, visa celebrar –tornar célebre- dar importância, exaltar, em comunidade, a Santíssima Trindade de modo especial os “santos mistérios”.
A liturgia é uma ação sagrada, com ritos, na Igreja e pela Igreja, pela qual se realiza e se prolonga a obra sacerdotal de Cristo, para a santificação dos homens e a glorificação de Deus. (Sacrosanctum Concilium, 7)
Portanto, a celebração não é somente a proclamação da Palavra e o Sacrifício, mas sim uma assembléia que se reúne para celebrar o mistério do amor da Trindade Santa. No dia do Senhor, os discípulos e discípulas de Jesus se reúnem para celebrar, fazer memória de tudo o que Ele fez e faz na comunidade. Podemos então dizer que a liturgia é também a ação do Povo de Deus para a celebração. Levando em conta que a Liturgia é uma ação surge então a pergunta: quem realiza a ação litúrgica, quem é o sujeito desta ação celebrativa? Ou ainda: quando os cristãos se reúnem, a quem e para quem celebram?
A celebração não é um encontro, mas sim um encontrar-se(...) Não basta estar presente, é preciso ser presença, ou é preciso estar presente em relação, porque é na dinâmica do encontrar-se que se encontra Deus. (Bogaz e Vieira, Sinais mistagógicos, 18)
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