O Ano
Litúrgico é como uma roda de festividades que apresentam todos os aspectos
fundamentais da pessoa e da vida de Jesus Cristo. Ele tem como objetivo celebrar
e atualizar todos os atos de Jesus em sua missão salvadora. Assim celebramos sua
encarnação, seu nascimento, sua infância, sua adolescência, juventude, sua
missão evangelizadora com seus milagres, ensinamentos, atitudes, até chegar a
sua paixão, morte, ressurreição e glorificação.
Como
vemos, este “ciclo” chamado também de
“tempo” é celebrado todo ano e não se
esgota nem se cansa, pois Jesus é sempre novo e seus atos são de valor eterno.
Por isso que no “Tempo Litúrgico”
vivemos o Kairós – que é o “Tempo da
Graça”.
O início do ano litúrgico em nossa Igreja é marcado pelo tempo do Advento. A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para
toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É
tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos
alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara
para a chegada de seu noivo, seu amado.
Esse Tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a
24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a
primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa
expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo,
Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento
é um tempo de piedosa e alegre expectativa.
Origem do Advento
Os primeiros traços da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século a "Quaresma de São Martinho", que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
São Gregório Magno (590- 604) foi o primeiro papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
Apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos. Daí o fato de tantos mosaicos representarem vazio o trono do Cristo Pantocrator. O velho vocábulo pagão adventus se entende também no sentido bíblico e escatológico de "parusia".
Espiritualidade do Advento
Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, o nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica.
Expectativa alegre e vigilante: caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação e o Deus da promessa, , que manifestou em Cristo toda sua fidelidade ao homem.Em toda a liturgia do Advento ressoam as promessas de Deus, principalmente pela voz de Isaías, que reaviva a esperança de Israel.O olhar da comunidade , fixa-se com esperança mais segura no comprimento final, a vinda gloriosa do Senhor: "Maranatha: vem ,Senhor Jesus". É o grito e o suspiro de toda Igreja e de cada um de nós, em seu peregrinar terreno ao encontro definitivo do Senhor.A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia não só relembra , mas quer que seja vivida por cada um de nós.
A Igreja vive a grande esperança: O Deus da revelação de Jesus tem um nome: "Deus da esperança" (Rm 15,13). Este tempo deve ser para nós, e todos precisamos,um tempo de grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do reino; uma esperança que confia no Senhor e nos liberta das nossas muitas impaciências.
Tempo de conversão: Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo o coração, na expectativa da sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão, e portanto,desapego dos prazeres e bens terrenos (cf. Lc 21,34 ss). Não é possível viver a expectativa da esperança e alegria pela vinda do Senhor se não buscarmos uma profunda conversão.
Pobreza: o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apóia-se totalmente nele. Estes anawîm, como os chama a bíblia, são os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé. Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros do Reino,e ele mesmo será um pobre. Maria, a mulher do advento, emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam nele e estão disponíveis à atuação do plano de Deus. Não nos esqueçamos que a pobreza do coração, essencial para entrar no Reino, não exclui, mas exige a pobreza efetiva, a renúncia em colocar a própria confiança nos bens terrenos.
Vivendo assim este " tempo de graça" que a Igreja nos oferece, o Natal do Senhor de 2012 terá um novo sentido em nossa vida espiritual.
Parabéns, Jacqueline! Amei o seu Blog e como Catequista da Primeira Eucaristia tenho usado muito material interessante daqui, Mas a qualidade da impressão não tem fica do boa... o que você me sugere? Eu tenho salvado a imagem e depois mando imprimir, mas esta perdendo muito a qualidade. Um grande abraço e parabéns pelo lindo trabalho!
ResponderExcluirElci
elciambrosio@hotmail.com